EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER DE MAMA:
O câncer de mama tem sido um dos maiores problemas de saúde pública em todo o mundo, não só pelo número de casos crescentes diagnosticados a cada ano, mas também pelo investimento financeiro que é demandado para realizar diagnósticos e tratamento, é provavelmente o mais temido pelas mulheres devido a sua alta frequência e pelos seus efeitos psicológicos (MONTEIRO, ARRAES, PONTES e et.al, 2003). As neoplasias constituem-se atualmente na segunda causa de morte em mulheres brasileiras, ocupando o câncer de mama o primeiro lugar (NOVAIS, BRAGA e SCHOUT, 2006). Deve-se levar em consideração que o sexo feminino contribui para a gênese do câncer de mama, pois estudos comprovam que a maioria dos casos de câncer de mama vem do avanço da idade (THULER, 2003).
Segundo Monteiro, Arraes, Pontes e et.al, 2003 em termos epidemiológicos o câncer de mama é o tumor de maior incidência em vários países, dentre os quais, o Brasil.
Dessa forma, para o controle de câncer de mama deve-se priorizar a prevenção e a detecção precoce com realização do autoexame das mamas pela própria mulher, do exame clínico realizado pelo profissional médico ou enfermeiro(a) para identificar alterações nas mamas , e mamografia que consiste em colocar as mamas entre duas placas e emitir um raio-x, não se esquecendo da promoção da saúde ligada a educação e ao diagnóstico precoce assim como o rastreamento das mulheres que não procuram o sistema ou que estão em segmento (THULER, 2003).
A IMPORTÂNCIA DO AUTOEXAME PARA O DIAGNÓSTICO PRECOCE:
O diagnóstico precoce aumenta muito as chances de cura do câncer de mama. Mas não adianta a mulher realizar o autoexame mensal e achar que é suficiente. É fundamental visitar periodicamente um profissional especializado para uma avaliação clínica das mamas e completar os cuidados com outros exames, como Exame de Mamografia. A organização Mundial de Saúde recomenda que as mulheres comecem a realizar o autoexame a partir dos 20 anos de idade. E sempre que houver fatores de risco, pessoais ou familiares, deverá ser feito um reajuste dos tempos de vigilância médica.
De uma forma geral, o autoexame das mamas apresenta grande vantagem por ser um método simples, sem nenhum custo, de rápida execução e, principalmente, por não necessitar de aparelho ou aparatos para a sua prática. Contudo, a maioria das mulheres ainda resiste em realizar o exame seja por falta de conhecimento ou pela falta de intimidade com o próprio corpo, sentindo-se amedrontadas e culpadas pela ação.
Para que as mulheres passem a realizá-lo tem-se a necessidade de desmistificar tal procedimento, de forma que a prática desse exame passe a ser mais frequente e mais natural possível. Assim, a mulher passará a ter maior controle do seu corpo, aprendendo a cuidar de si mesma sem depender de outras pessoas.
COMO SE DEVE REALIZAR O AUTOEXAME?
Inicialmente o exame era indicado, principalmente, para a complementação diagnóstica de lesões suspeitas encontradas no exame clínico e/ou no autoexame, e para acompanhamento das mulheres de alto risco a partir de 40 anos (INCA/MS, 2001).
Atualmente, o último consenso tirado entre especialistas do Ministério da Saúde, gestores, pesquisadores da área de câncer, representantes de sociedades afins e de entidades de defesa dos direitos da mulher, e com o apoio da Sociedade Brasileira de Mastologia, é de que as mulheres de alto risco com 35 anos ou mais, devam ser acompanhadas anualmente com um exame clínico e uma radiografia, mesmo sem sinais ou sintomas, e que todas as outras mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos, e que estejam assintomáticas, façam uma mamografia pelo menos a cada dois anos (INCA/MS, 2004).
O exame clínico das mamas deve ser uma rotina realizada por um profissional (médico ou enfermeiro) e que no exame ginecológico ou Papanicolau seja o momento para a realização do exame da mama, que tem como objetivo a detecção de neoplasia maligna ou qualquer outra patologia incidente. Ele requer momentos propedêuticos obrigatórios, mesmo que, à simples inspeção, elas aparentem normalidade.
A inspeção deve ser feita com boa fonte de iluminação natural ou artificial, de forma estática no qual a mulher deve estar em pé ou sentada a fim da observação da forma, volume, simetria, cor e eventuais retrações além da visualização das auréolas e mamilos; posteriormente é realizado a inspeção dinâmica que utiliza-se os braços levantados e com as mãos nos quadris com o objetivo de salientar os contornos das mamas. Somente a partir da observação que deverá começar a palpação de linfonodos com a paciente sentada, palpar os linfonodos cervicais, supra-claviculares, infra-claviculares e axilares.
Em seguida inicia-se a palpação por toda a mama de forma circular ou por quadrantes por toda sua extensão, não se esquecendo do mamilo e da Cauda de Spence que é parte do tecido mamário que se projeta/alonga para próximo à axila. A expressão, unindo o tecido mamário desde a base até o complexo aréolo-papilar, sendo uma etapa subsequente à palpação e permite detectar a presença de secreção papilar que poderá estar associada a processo inflamatório ou a lesão benigna ou maligna. Atentar para a presença e características da secreção, se purulenta, serosa, sanguinolenta ou cristalina.
IMPORTÂNCIA DA ENFERMAGEM PARA A REALIZAÇÃO DO EXAME DAS MAMAS:
A assistência de Enfermagem às mulheres deve ser executada por profissionais qualificados e com responsabilidades legais inerentes a função da Enfermagem cujo objetivo é a promoção, manutenção e recuperação da saúde (TAVARES, P. B., OLIVEIRE, A. M., et al. 2004). A educação em saúde é um componente fundamental na assistência de Enfermagem, pois faz o indivíduo a assumir responsabilidades pela manutenção de sua saúde.
O profissional de saúde, inclusive o enfermeiro, deve estar capacitado para prestar uma assistência adequada à mulher e orientá-la sobre a prevenção do câncer.
Sendo de fundamental importância estar preparado para atuar no combate contra o câncer, prevenindo e detectando precocemente o câncer de mama entre as mulheres.
Dar-se-á a importância de realizar uma educação em saúde e assistência adequada e que a partir dos fatores de risco e detecção precoce do câncer de mama, a atuação do profissional de enfermagem torne-se mais direcionada diminuindo a mortalidade por essa neoplasia maligna.
REFERÊNCIAS:
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (INCA). Estimativas 2008: Incidência de Câncer no Brasil. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2007.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001. Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero e de Mama – Viva Mulher. Rio de Janeiro: INCA. Novembro 2001.
MONTEIRO, A. P. S. et al. Auto-exame das Mamas: Freqüência do Conhecimento, Prática e Fatores Associados. RBGO - v. 25, nº 3, 2003.
NOVAES, H. M. D. ; BRAGA, P. E. ; SCHOUT, D. Fatores associados à realização de exames preventivos para câncer nas mulheres brasileiras, PNAD 2003. Ciência & Saúde Coletiva. São Paulo, V. 11, N.4, P.1023-1035, 2006.
THULER, L. C. Considerações sobre a prevenção do câncer de mama feminino. Revista Brasileira de Cancerologia. São Paulo, V.49, N. 4, P. 227-238, 2003.
Sabem me dizer se a mulher deve fazer o exame da mama toda semana, mês ou ano? E só esse exame da conta para o fechamento do diagnóstico em casa?
ResponderExcluirHállison Nascimento
Me ajudem, minha vizinha veio hoje em minha casa e disse a minha mãe que tinha encontrado um caroço na mama dela quando tava tomando banho, ele era em um único lugar, ai viu na televisão passando a propaganda de como realizar o auto exame e apertou também o mamilo e saio uma pequena secreção esbranquiçada e tem 16 anos que teve seu último filho. Como devo orienta-la? Desde já muito obrigado!!
ResponderExcluirHállison Nascimento
Boa tarde,
ResponderExcluirO auto-exame da mama deve ser realizado, frequentemente, cerca de dez a 12 dias após o término da menstruação, pois antes desse período estão palpáveis os lobos e lóbulos, podendo ser confundidos com nódulos.
Caso seja encontrada alguma alteração ela deverá buscar uma unidade de saúde para que seja feito um diagnóstico clinico pelo profissional de saúde. E se detectada alguma alteração ela será encaminhada pelo enfermeiro para o atendimento especializado.
Lembrando que o exame deve ser realizado juntamente ao exame ginecológico, mesmo não sendo encontrada nenhuma alteração durante o auto-exame das mamas.
Você deve orientá-la para que busque atendimento na unidade de saúde o mais rápido possível, a fim de que o exame seja realizado e de acordo com o resultado a mesma será encaminhada para o atendimento médico.
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