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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

IDEIA DO DIA: Declare seu amor por você mesma! Faça o exame preventivo do câncer do colo do útero!

O QUE É E QUAL A IMPORTÂNCIA DE REALIZAR O EXAME DE PAPANICOLAOU?

A importância epidemiológica do câncer no Brasil e sua magnitude social, as condições de acesso da população brasileira à atenção oncológica, os custos cada vez mais elevados na alta complexidade refletem a necessidade de estruturar uma rede de serviços regionalizada e hierarquizada que garanta atenção integral à população.
Nesse contexto, o câncer de colo de útero apresenta altas taxas de mortalidade, sendo um problema de saúde pública de grande relevância, o que sinaliza a importância de ações para sua prevenção e detecção precoce.
Um marco histórico importante no conhecimento desse tipo de câncer foi o estudo de Papanicolaou & Traut (1943, apud Chong, 1990), que mostrou ser possível detectar células neoplásicas mediante o esfregaço vaginal.
A partir dessa descoberta, desenvolveu-se o exame citopatológico cervico-vaginal e microflora, conhecido popularmente como exame preventivo do colo do útero, exame de Papanicolau ou citologia oncótica. Este é utilizado para detecção precoce/rastreamento do câncer do colo do útero mediante coleta e análise de células da cérvice ou colo uterino, objetivando detectar células cancerosas ou anormais, bem como, não cancerosas que possam causar infecção ou inflamação. Dentre os métodos de detecção, este é considerado o mais efetivo e eficiente a ser aplicado coletivamente em programas de rastreamento do câncer cérvico-uterino.





COM QUE FREQUÊNCIA DEVE SER REALIZADO O EXAME DE PAPANICOLAOU?

A periodicidade de realização desse exame, estabelecida pelo Ministério da Saúde do Brasil, em 1988, permanece atual e está em acordo com as recomendações dos principais programas internacionais. Deve ser realizado uma vez, anualmente, por um profissional de saúde habilitado (médico ou enfermeiro) em mulheres de 25 a 60 anos de idade, independentemente de sua opção sexual. Após dois exames anuais consecutivos negativos pode ser realizado a cada três anos, dependendo do critério do médico ou enfermeiro.
A partir dos 65 anos, as mulheres que tiveram exames normais nos últimos 10 anos devem conversar com seu médico sobre a possibilidade de parar de realizar o exame regularmente. Já as mulheres que realizaram histerectomia (cirurgia para retirada do útero) com a retirada do colo além do útero, não necessitam fazer o exame, a menos que a cirurgia tenha sido feita para o tratamento de câncer ou de lesão pré-maligna (lesões precursoras) ou maligna (câncer).


O EXAME DE PAPANICOLAOU NECESSITA DE ALGUMA PREPARAÇÃO PRÉVIA?

A mulher deve fazer este exame quando não estiver menstruando. O melhor período é entre o 10º e 20º dia após o primeiro dia do seu último período menstrual. Ademais, por três dias antes do exame, a mulher deve evitar piscina e banheiras, duchas vaginais, tampões, desodorantes ou medicamentos vaginais, espermicidas e cremes vaginais, pois estes produtos e situações podem retirar ou esconder células anormais. Deve - se também evitar relações sexuais antes da realização do exame pelo mesmo período de tempo já citado (três dias). Após o exame, a mulher pode voltar a suas atividades normais imediatamente.


COMO É REALIZADO O EXAME DE PAPANICOLAOU?

O exame ginecológico ou Papanicolau, como já citado anteriormente, é realizado a partir da coleta de material citológico do colo do útero, sendo coletada uma amostra da parte externa (ectocérvice) e outra da parte interna (endocérvice).
Para que o procedimento seja executado, é necessário que a mulher esteja na posição ginecológica: deitada, com os joelhos dobrados e as pernas afastadas. Os materiais que serão utilizados pelo profissional são o especulo (nos tamanhos pequeno, médio, grande ou para virgem), balde com solução desincrostante em caso de instrumental não descartável, lâminas de vidro com extremidade fosca, espátula de Ayres, escova endocervical, par de luvas para procedimento, pinça de Sharon, solução fixadora, álcool a 96% ou Polietilenoglicol líquido ou Spray de Polietilenoglicol e gaze.
Durante o exame o profissional introduzirá o espéculo suavemente na vagina, em posição vertical e ligeiramente inclinado de maneira que o colo do útero fique exposto completamente. Este instrumento permite a abertura das paredes da vagina para que o profissional possa ver o colo do útero. Após a introdução, o espéculo deve ser aberto lentamente e com delicadeza. É nesse momento inicial que será feita a inspeção das paredes vaginais, bem como as do colo do útero.
Para a coleta do material da ectocérvice, será utilizada a espátula de Ayres. A extremidade da espátula que apresenta reentrância é encaixada com firmeza e sutilmente no orifício externo do colo, para que seja realizado o movimento de 360º em torno de todo orifício cervical.
A amostra do material deve ser estendida de maneira uniforme, dispondo-a no sentido transversal, na metade superior da lâmina, próximo da região fosca, onde estarão contidas as iniciais da mulher e número do registro.
Na coleta do material da endocérvice, utiliza-se a escova endocervical. Ela será introduzida no orifício externo do colo, para que seja realizado um giro de 360º, percorrendo todo contorno do orifício. O material da coleta irá ser distendido sobre a metade inferior da lâmina de maneira delicada para a obtenção de um esfregaço uniformemente distribuído, fino e sem destruição celular, sendo imediatamente fixados, por imersão em álcool ou com spray.
Vale salientar, que a coleta de material da endocervice não deve ser realizada em mulheres gestantes, pois há risco de abortamento. Por esse motivo deve-se atentar para a coloração, umedecimento e intumescimento da mucosa do canal vaginal, a qual em gestantes estará violácea (azulada) e edemaciada, havendo um aumento ou diminuição da secreção vaginal.
Nesse caso, a coleta de endocervice não deve ser feita, mesmo que ainda não haja o diagnóstico de uma gravidez; é necessária também a realização de um exame comprobatório (bHCG) para confirmar ou descartar a suspeita de gestação, permitindo, em caso positivo, o adequado acompanhamento da gestante e do feto que está se desenvolvendo.

Após a conclusão do exame, o espéculo será totalmente fechado ao ser retirado, para evitar causar lesões a mulher. Ele vai ser retirado de forma delicada, inclinando-o levemente para cima, observando as paredes vaginais.





QUAL A IMPORTÂNCIA DA ENFERMAGEM PARA A REALIZAÇÃO DO EXAME DE PAPANICOLAOU?

Com relação ao exame do colo uterino é importante ressaltar ainda a atuação do enfermeiro, profissional que está na porta de entrada da assistência e que tem um contato mais intenso com seus usuários. São atribuições do enfermeiro a realização de uma atenção integral à mulher, da consulta de enfermagem, coleta de exame preventivo de câncer do colo do útero e exame clínico das mamas (pois estes dois exames devem ser feitos no mesmo momento), solicitação de exames complementares e prescrição de medicações (conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal, observadas as disposições legais da profissão). É ainda de sua competência a busca ativa das mulheres que nunca realizaram ou que realizam com uma freqüência menor que a ideal o exame preventivo de câncer de colo de útero.
Além disso, esse profissional deve prestar uma assistência humanizada, livre de preconceitos e realizar a educação em saúde, explicando as mulheres acerca do exame citológico e conscientizando-as de sua importância na prevenção em saúde, já que muitas não o fazem por desconhecimento e medo.
Para um atendimento humanizado, porém, não é necessário apenas que a mulher seja tratada bem e com delicadeza, é necessário também que os profissionais reflitam constantemente sobre suas práticas em relação ao exame, e de que a mulher seja contemplada em sua totalidade, pois é através destas reflexões e ações contemplativas que se pode construir uma assistência de qualidade.
O enfermeiro deve ainda considerar as especificidades na população feminina - negras, indígenas, trabalhadoras da cidade e do campo, as que estão em situação de prisão, as lésbicas e aquelas que se encontram na adolescência, no climatério e na terceira idade - e relacioná-las à situação ginecológica, em especial ao câncer do colo do útero e as DST.
Outro fator importante a se considerar é o fato de que algumas mulheres têm comportamento que as tornam vulneráveis à doença. Sentem-se constrangidas e envergonhadas ao se submeterem ao exame de prevenção, revelam ainda que a vergonha é mais acentuada quando o profissional que realiza o exame preventivo é do sexo masculino.
Esses fatores contribuem como obstáculos para um comportamento preventivo em relação ao câncer cervicouterino, e podem ainda se perpetuar dentro dos núcleos familiares e sociais, impedindo o estabelecimento de ações eficazes no sentido da prevenção. A prevenção entendida como condição multifacetada, com influências socioeconômicas, políticas e culturais, como responsabilidade da sociedade, é a saída para a redução dos casos de câncer de colo útero.
Assim sendo, a equipe de saúde deve valorizar as queixas da mulher, estar disposta a ouvi-la, não desvalorizar ou minimizar seus problemas e reconhecer seus direitos a esclarecimentos e informações. As decisões devem ser compartilhadas e caso a mulher deseje procurar alívio para seus sintomas em outras abordagens terapêuticas, a equipe deve respeitar sua opção. Ainda é importante lembrar que a equipe não deve se eximir da responsabilidade do acompanhamento da mulher ao longo do tempo, independente do tipo de tratamento e do nível de complexidade do sistema no qual ela esteja sendo atendida.





REFERÊNCIAS:

BRASIL - Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno de Atenção Básica nº6 S.A. Normas e Manuais Técnicos. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

OLIVEIRA, SILVIA LETÍCIA E ALMEIDA, ANA CARLA HIDALGO. A percepção das mulheres frente ao exame de papanicolaou: da observação ao entendimento. Cogitare Enfermagem. Paraná, v. 14, n. 3, p. 518-26, Jul/Set, 2009.

FERREIRA, MARIA DE LOURDES DA SILVA MARQUES. Motivos que influenciam a não-realização do exame de Papanicolaou segundo a percepção de mulheres. Escola Anna Nery – Revista de Enfermagem. São Paulo, v. 13, n. 2, p. 378-8, Abr/Mai, 2009.



5 comentários:

  1. Ei minha mãe fez histerectomia parcial a 2 anos e não fez nenhum exame da lâmina ainda, ele deve fazer? E qual os riscos que ela tem se continuar sem fazer?

    Hállison Nascimento

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  2. Esqueci de falar que ela tem muita vergonha de fazer esse exame, pois disseram a ela que arranca um pedaço da parede da vagina para realizar o exame. E agora o que eu faço?

    Hállison Nascimento

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  3. De acordo com o Ministério da Saúde (2006), o exame deve ser realizado durante dois anos a cada seis meses e caso não haja nenhuma alteração nos resultados dos exames, estes poderão ser realizados a cada três anos.
    Caso a prevenção não seja feita, não haverá o diagnóstico precoce do câncer de colo de útero, se desenvolvido, não permitindo o tratamento, podendo levar a cliente a óbito.
    Quanto a realização do exame, este é feito por profissionais capacitados que farão uma coleta de fluídos no colo do útero.
    Desta forma, é imprescindível que você esclareça a sua mãe que não será realizado nenhum processo agressivo, não causando nenhum prejuízo a integridade física da mesma.

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  4. Parabéns!!!

    Hállison Nascimento

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  5. O Blog atingiu o objetivo da avaliação. Estou muito orgulhosa. Parabéns!!!!

    Professora Vanessa

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