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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

IDEIA DO DIA: Pré-Natal - Saúde da Gestante e de seu Filho

O QUE É UMA CONSULTA DE PRÉ-NATAL?


É o acompanhamento e acolhimento, pelo enfermeiro e/ou médico, de uma gestante do início de sua gravidez até o nascimento de sua criança, de maneira saudável e com o mínimo de intercorrências possível. Para tanto, deve-se considerar as mudanças físicas e emocionais que ocorrem nesse período e que geram dúvidas, temores e expectativas nessa gestante, buscando envolver sua família e/ou companheiro nesse processo. Envolve principalmente a anamnese e o exame físico (geral e específico ou gineco-obstétrico); e objetiva também, por meio de procedimentos simples (quando pré-natal de baixo risco), mas de grande resolutividade, a promoção de saúde, prevenção ou detecção precoce de afecções e a garantia uma melhor qualidade de vida e cidadania plena para a mãe e seu filho. Contempla também ações educativas que abrangem desde os cuidados durante a gestação (hábitos de vida, alimentação, atividade física) até orientações a cerca da amamentação e a puericultura.




QUAL A IMPORTÂNCIA DA GESTANTE REALIZAR O PN?


O acompanhamento pré-natal auxilia na detecção de malformações congênitas, na promoção de saúde e prevenção de afecções tanto na mãe quanto no bebê. Sendo assim, sua realização produz um efeito protetor sobre a saúde materno-infantil, contribuindo para diminuir a incidência de mortalidade materna, baixo peso ao nascer e mortalidade perinatal.



COMO SE REALIZA O EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO?

- Exame Clínico das Mamas (ECM)

É de fundamental importância o exame clínico das mamas durante a gestação e amamentação, pois estas são fases em que a mama está mais perceptível, ou seja, mais visíveis não devendo ser negligenciadas  pois podem ser identificadas alterações, que devem seguir conduta específica, segundo as recomendações do INCA. Enquanto realiza o exame clinico de mamas a (o) enfermeira (o) deve aproveitar o momento para realizar atividade de educação em saúde, abordando orientações sobre o preparo das mamas para a amamentação, a importância do o aleitamento materno, principalmente se for adolescente. Nos casos em que a amamentação estiver contra-indicada – portadoras de HIV/HTLV –, orientar a mulher quanto à inibição da lactação (mecânica e/ou química) e para a aquisição de fórmula infantil.


- Palpação Obstétrica

A palpação obstétrica deverá ser realizada principalmente no terceiro trimestre com a finalidade de identificar a situação e apresentação fetal. Deve ser realizada antes da medida da altura uterina. Começando pela delimitação do fundo Uterino, bem como de todo o contorno da superfície uterina (esse procedimento reduz o risco de erro da medida da altura uterina). A identificação da situação e da apresentação fetal é feita por meio da palpação obstétrica, procurando identificar o pólo cefálico e pélvico e o dorso fetal, facilmente identificado a partir do terceiro trimestre. Pode-se, ainda, estimar a quantidade de líquido amniótico. Essa palpação obstétrica se dá a partir das manobras de Leopold Zweifel.

- Manobra de Leopold Zweifel

A técnica de palpação da Escola Alemã, sistematizada por Leopold-Selheim, tem por finalidade a identificação da situação e a apresentação fetal por meio de palpação obstétrica e, é realizada em quatro tempos consecutivos, procurando localizar o pólo cefálico, pélvico e o dorso fetal. Durante este procedimento a (o) enfermeira (o) deve estar atento em não expor a gestante desnecessariamente. O instrumento para a realização dessa manobra é a mão do examinador. Ela deverá estar aquecida, relaxada e sensível ao tocar o abdome da gestante.

1º Tempo: A primeira manobra determina a altura do útero e a sua relação com os pontos de referência no abdome materno: sínfise púbica, cicatriz umbilical e rebordos costais.


2º Tempo: A segunda manobra realiza o diagnóstico da posição fetal em: longitudinal (a mais comum), oblíqua e transversa.


3º Tempo: A terceira manobra realiza o diagnóstico da apresentação fetal que é o pólo fetal (cefálico ou pélvico).


Atenção: a situação transversa e a apresentação pélvica em final de gestação podem significar risco no parto. Nesses casos devemos referir a gestante para parto hospitalar.

4º Tempo: A quarta manobra determina a altura do pólo cefálico e o seu grau de flexão e deflexão. 



OBSERVAÇÃO: O momento da palpação deverá ser dividido com a gestante e acompanhante, promovendo a interação da família com o filho.


- Mensuração da Altura Uterina

Para iniciar a realização da medida da altura uterina devem-se realizar alguns cuidados utilizando a técnica de:

·      Posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdome descoberto;
·      Delimitar o bordo superior da sínfise púbica e o fundo uterino;
·      Fixar a extremidade inicial (0 cm) da fita métrica bordo superior da sínfise púbica e deslizar a mesma entre os dedos indicador e médio do examinador. No qual não se deve encostar a fita métrica no fundo uterino, pois o intuito não é medir volume e sim comprimento;
·      Proceder à leitura quando a borda cubital da mão atingir o fundo uterino;
·      Verificar a circunferência uterina com a fita ao redor do abdome da gestante, na altura da cicatriz umbilical;
·      Anotar a medida em centímetros, na ficha perinatal e no cartão da gestante.



- Ausculta dos Batimentos Cardíacos Fetais (com sonnar após 12 semanas e com estetoscópio de pinard após 20 semana)

A ausculta dos batimentos cardíacos fetais é feita com o objetivo de constatar a cada consulta a presença, o ritmo, a freqüência e a normalidade dos batimentos cardíacos fetais (BCF). Onde a frequência cardíaca fetal é considerada normal quando oscila entre 120 e 160 batimentos por minuto.

A realização da ausculta pode ser feita com estetoscópio de Pinard ou com detector fetal Sonar- Doppler.Da mesma forma que existem cuidados com a mensuração da altura uterina existem com a avaliação dos BCFs, onde na asculta com estetoscópio de pinard utiliza-se a Técnica de:

·      Posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdômen descoberto;
·      Identificar o dorso fetal. Além de realizar a palpação, deve-se perguntar à gestante em qual lado ela sente mais os movimentos fetais; o dorso estará no lado oposto;
·      Segurar o estetoscópio de Pinard pelo tubo, encostando a extremidade de abertura mais ampla no local previamente identificado como correspondente ao dorso fetal. Quando disponível, utilizar o sonnardopler;
·      Encostar o pavilhão da orelha na outra extremidade do estetoscópio;
·      Fazer, com a cabeça, leve pressão sobre o estetoscópio e só então retirar a mão que segura o tubo;
·      Procurar o ponto de melhor ausculta dos BCF na região do dorso fetal;
·      Controlar o pulso da gestante para certificar-se de que os batimentos ouvidos são os do feto, já que as freqüências são diferentes;
·      Contar os batimentos cardíacos fetais por um minuto, observando sua frequência e ritmo;
·      Registrar os BCF na ficha perinatal e no cartão da gestante;
·      Avaliar resultados da ausculta dos BCF (Quadro 4 do manual técnico: Pré-natal e puerpério: assistência qualificada e humanizada, p.60). 



OBSERVAÇÃO: A percepção materna e a constatação objetiva de movimentos fetais, além do crescimento uterino, são sinais de boa vitalidade fetal. Após contração uterina, movimentação fetal ou estímulo mecânico sobre o útero, aumento transitório na freqüência cardíaca fetal é sinal de boa vitalidade (BRASIL, 2005).


- Inspeção dos Genitais externos

 - Exame Especular e Toque Vaginal de acordo com a necessidade, orientados pela história e queixas da paciente, e quando for realizada coleta para exame colpocitológico.




REFERÊNCIAS:



BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada - manual técnico. Série A. Normas e Manuais Técnicos. Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, Caderno nº 5. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.